quinta-feira, dezembro 14, 2006

Representantes da CPLP defendem biblioteca virtual

Uma responsável do ministério português da Educação defendeu hoje no Rio de Janeiro a criação de uma Biblioteca Virtual da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
«Os grandes constrangimentos no âmbito da CPLP são as dificuldades de desenvolver um intercâmbio. E a biblioteca virtual permitiria um conhecimento e um intercâmbio alargado entre os vários países membros», disse Maria Angélica Ribeiro, coordenadora do serviço de Cooperação para o Desenvolvimento do Gabinete de Assuntos Europeis e Relações Internacionais do ME.
Durante a sua intervenção no Seminário Internacional de Língua Portuguesa e suas Literaturas, que decorreu hoje e terça-feira no Rio de Janeiro, Maria Angélica Ribeiro, admitiu, contudo, que há muitos problemas dentro da CPLP para a utilização dessas novas tecnologias.
O governo português considera a biblioteca digital um instrumento muito importante para a afirmação da língua e da identidade comum dos países lusófonos e defende que a divulgação das obras mais lidas em cada um dos oito membros da CPLP seja feita pelo Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP).
O professor da Universidade de São Paulo (USP) José Luiz Fiorin disse que o principal objectivo da biblioteca virtual é ser um registo do mundo lusófono.
«É um objectivo geopolítico: o de se fazer presente num mundo globalizado em que o conteúdo da «web» em inglês é de 70% e em português, apenas 2,5%», realçou.
Segundo Fiorin, além de tornar-se um registo da arte, literatura e cultura dos países lusófonos, a biblioteca virtual criará um «reconhecimento identitário», constituindo-se num «importante instrumento de transmissão cultural e de democratização do conhecimento».
«É um factor identitário, um lugar onde nos reconhecemos como pertencentes a uma comunidade com uma origem comum, mas que apresenta uma diversidade muito grande», salientou.
O linguista lembrou, entretanto, que o processo de criação de um sentimento comunitário com uma identidade plural «é demorado».
«A identidade da Comunidade Europeia levou décadas, e nós também precisaremos de tempo para consolidar a nossa identidade», afirmou.
Fonte:
Diário Digital / Lusa
13-12-2006 14:12:00

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