sexta-feira, maio 16, 2008

Dia dos Museus: Museus devem ser cada vez mais agentes de desenvolvimento do país

"Lisboa, 16 Mai (Lusa) - O director do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), Manuel Bairrão Oleiro, organismo que tutela os palácios e museus nacionais, considera que estas entidades "devem ser cada vez mais instrumentos de mudança" e "agentes de desenvolvimento económico" do país.

Em declarações à Agência Lusa a propósito do Dia Internacional dos Museus, que se comemora domingo, 18 de Maio, o responsável defendeu que as instituições museológicas "devem ter estratégias que as identifiquem como agentes de desenvolvimento económico, nomeadamente associadas ao turismo e às novas tecnologias".
A efeméride é festejada num ano particularmente difícil para os 27 museus nacionais e cinco palácios tutelados pelo IMC devido às dificuldades financeiras que atravessam e fizeram os directores destas entidades voltar a dirigir-se à tutela (Ministério da Cultura), tal como no ano passado, numa carta alertando para uma ruptura iminente.
Apesar dos constrangimentos financeiros, o director do IMC indicou que foi destacada do orçamento dos museus uma verba para o programa de comemorações nestas entidades, que ascende a 105 mil euros, complementada "por outros apoios conseguidos pelos próprios museus", nomeadamente através de parcerias com outras entidades e artistas que actuarão para os visitantes.
A concretização "de uma vasta programação de entrada gratuita para o público deve-se em grande medida ao esforço e dedicação dos directores dos museus e dos funcionários", salientou o director do IMC à Lusa.
As dificuldades financeiras no sector levaram a "uma gestão muito criteriosa dos meios disponíveis, e alguns dos museus têm a programação atrasada ou adiada, mas mesmo assim tem sido possível apresentar algumas exposições importantes, nomeadamente no Museu Nacional dos Coches e no Museu Nacional de Arqueologia".
Outro dos problemas que os museus nacionais têm enfrentado é o da falta de pessoal, sobretudo na área da vigilância, que tem levado ao encerramento de salas por motivos de segurança em museus bastante visitados, como o Museu Nacional de Arte Antiga e o Museu Nacional do Azulejo.
Questionado sobre a aproximação da época do Verão, o mais problemático para os museus neste aspecto devido ao aumento de visitantes e paralelo período de férias dos funcionários, o responsável assinalou que o IMC obteve autorização da Secretaria de Estado da Administração Pública para prolongar contratos "por mais quatro meses" (até Setembro).
O número de visitantes nos museus nacionais aumentou cerca de oito por cento no primeiro trimestre deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2007, e os palácios nacionais que passaram para a tutela do IMC nesse ano registaram uma subida de sete por cento.
De acordo com as estatísticas do instituto, o museu nacional mais procurado continua a ser o Museu dos Coches, com 44.678 visitantes, seguindo-se o Museu de Arqueologia, com 25.747, e o Museu do Teatro, com 24.484 visitantes.
Dos cinco palácios dependentes do IMC, o Palácio Nacional de Sintra é o mais procurado, com 64.912 no primeiro trimestre, seguindo-se o Palácio Nacional de Queluz, com 32.220, e o Palácio Nacional de Mafra, com 27.476.
Para Manuel Bairrão Oleiro, este aumento "significa que os visitantes nacionais estão a ganhar hábitos de maior fruição cultural" e, por outro lado, "há uma maior visibilidade dos museus nos meios de comunicação social".
A programação para a Noite dos Museus, de sábado para domingo, e para o Dia Internacional dos Museus, envolve concertos, teatro, ateliers, cinema, visitas guiadas e outras actividades que também decorrem em cerca de meia centena de museus da Rede Portuguesa de Museus dispersos pelo país."

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