"PARIS (AFP) — A Biblioteca Nacional da França (BNF) abre pela primeira vez as "portas do inferno", e expõe em Paris seus livros e gravuras "contrários aos bons costumes", mantidos em sigilo há mais de 150 anos.
Proibida excepcionalmente para os menores de 16 anos, a exposição "Eros em segredo" apresenta, a partir desta terça-feira e até o dia 2 de março, cinco séculos de erotismo, ilustrados com manuscritos de Sade ou de Apollinaire, com estampas obscenas e fotos pornográficas.
"O inferno" é um lugar imaginário, que corresponde a uma categoria criada em 1844 pela BNF para compilar as obras "tendenciosas".
As primeiras são do século XVI, mas é principalmente o século XVIII, conhecido também como o século da libertinagem, que alimenta as coleções.
"Eros em segredo" também apresenta manuscritos e edições originais de textos de Sade. O marquês escreveu a maior parte destes textos, como "La philosophie dans le boudoir", A Filosofia na Alcova, segundo uma tradução livre, ou "Les infortunes de la vertu" quando estava na prisão.
Com a Revolução de 1789 chegaram os panfletos de baixo calão ao serviço da política, com Maria Antonieta sendo acusada de transar com todo mundo.
A coleção também foi alimentada por muitas edições confidenciais encontradas durante batidas policiais em casas de particulares, a tal ponto que em 1844, a Biblioteca real decidiu reuní-las numa única categoria, cuja consulta é estreitamente controlada.
Entre outras curiosidades, a BNF apresenta hoje alguns guias práticos da época, entre eles o "Almanaque dos endereços das donzelas de Paris", "l'Almanach des adresses des demoiselles de Paris", com suas tarifas e suas especialidades (1791).
No século XIX, "As Flores do Mal" (Les fleurs du mal) de Charles Beaudelaire (1857), cuja publicação provocou um enorme escândalo, mas também textos de Mérimée ou Verlaine, se juntaram ao "inferno", ao lado das primeiras fotografias pornográficas.
Guillaume Apollinaire abriu o século XX com "Les 11.000 verges" (1907), e trabalhou no primeiro catálogo impresso das coleções.
Pierre Mac Orlan, Georges Bataille e Pierre Lous, cujos "Textes érotiques d'une violence incroyable" foram descobertos depois de sua morte, em 1925, também foram para o "inferno", seguidos pela misteriosa Pauline Réage ("Histoire d'O").
Em 1968, quando a BNF quis comemorar o 50º aniversário da morte de Apollinaire, muitos de seus manuscritos ainda estavam no "inferno" e dificilmente podiam ser expostos. Eles foram inicialmente desarquivados, e o "inferno" acabou fechando suas portas um ano depois."
Proibida excepcionalmente para os menores de 16 anos, a exposição "Eros em segredo" apresenta, a partir desta terça-feira e até o dia 2 de março, cinco séculos de erotismo, ilustrados com manuscritos de Sade ou de Apollinaire, com estampas obscenas e fotos pornográficas.
"O inferno" é um lugar imaginário, que corresponde a uma categoria criada em 1844 pela BNF para compilar as obras "tendenciosas".
As primeiras são do século XVI, mas é principalmente o século XVIII, conhecido também como o século da libertinagem, que alimenta as coleções.
"Eros em segredo" também apresenta manuscritos e edições originais de textos de Sade. O marquês escreveu a maior parte destes textos, como "La philosophie dans le boudoir", A Filosofia na Alcova, segundo uma tradução livre, ou "Les infortunes de la vertu" quando estava na prisão.
Com a Revolução de 1789 chegaram os panfletos de baixo calão ao serviço da política, com Maria Antonieta sendo acusada de transar com todo mundo.
A coleção também foi alimentada por muitas edições confidenciais encontradas durante batidas policiais em casas de particulares, a tal ponto que em 1844, a Biblioteca real decidiu reuní-las numa única categoria, cuja consulta é estreitamente controlada.
Entre outras curiosidades, a BNF apresenta hoje alguns guias práticos da época, entre eles o "Almanaque dos endereços das donzelas de Paris", "l'Almanach des adresses des demoiselles de Paris", com suas tarifas e suas especialidades (1791).
No século XIX, "As Flores do Mal" (Les fleurs du mal) de Charles Beaudelaire (1857), cuja publicação provocou um enorme escândalo, mas também textos de Mérimée ou Verlaine, se juntaram ao "inferno", ao lado das primeiras fotografias pornográficas.
Guillaume Apollinaire abriu o século XX com "Les 11.000 verges" (1907), e trabalhou no primeiro catálogo impresso das coleções.
Pierre Mac Orlan, Georges Bataille e Pierre Lous, cujos "Textes érotiques d'une violence incroyable" foram descobertos depois de sua morte, em 1925, também foram para o "inferno", seguidos pela misteriosa Pauline Réage ("Histoire d'O").
Em 1968, quando a BNF quis comemorar o 50º aniversário da morte de Apollinaire, muitos de seus manuscritos ainda estavam no "inferno" e dificilmente podiam ser expostos. Eles foram inicialmente desarquivados, e o "inferno" acabou fechando suas portas um ano depois."
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