" Arquivo Nacional de Angola quer enriquecer acervo histórico e atrair investigadores e financiamentos. Em Portugal, a Directora da Instituição apela a maior colaboração com os Arquivos Portugueses.
O Arquivo Nacional de Angola possui um importante acervo documental datado entre os séculos XVIII e XX, período de vigência da Administração Colonial Portuguesa. Em início de criação, o arquivo pretende oferecer condições para o estudo da História de Angola. Objectivos que Rosa Cruz e Silva, Directora do Arquivo de Angola, expôs em Lisboa, em conferência realizada no Arquivo Histórico Ultramarino, do Instituto de Investigação Cientifica e Tropical. Na conferência intitulada «Arquivo Histórico de Angola versus a investigação histórica», a responsável angolana citou os trabalhos levados a cabo no arquivo de Angola, referindo que «o trabalho tem consistido essencialmente na recolha, tratamento e divulgação de documentos referentes ao processo de colonização». Um trabalho que tem sido difícil pois a Guerra, após a Independência, «destruiu grande parte dos acervos, apesar de ainda ter sido possível recolher alguns nas províncias pelo país», refere a investigadora. Rosa Cruz e Silva adianta que foi possível recuperar muito do acervo histórico, graças à consciência de alguns cidadãos, dizendo mesmo que «houve um funcionário da Conservatória que no período crítico da Guerra, levou para casa os livros de registos e que depois os devolveu intactos e, por isso, hoje fazem parte do acervo do Arquivo Nacional de Angola». Actualmente, o Arquivo Nacional de Angola tem um acervo constituído por 13 mil códices manuscritos, referentes aos séculos XVIII, XIX e XX, e por 5 mil caixas de documentos relativos aos séculos XIX e XX. Existem ainda documentos visuais como fotografias, mapas cartográficos e microfilmes que a especialista refere estar uma grande quantidade em elevado estado de degradação devido à falta de condições de preservação. O sistema informático disponível no Arquivo já permitiu, contudo, digitalizar 1500 postais e catalogar cerca de 25 mil títulos que após terem sido digitalizados estão agora disponíveis on-line e podem ser consultados através do título ou palavra-chave, refere a investigadora. A falta de pessoal e de apoio à formação é, neste momento, a grande preocupação de Rosa Cruz e Silva, ao afirmar que «a falta de pessoal técnico é muito preocupante, pois só com formação e pessoas disponíveis para trabalhar é que será possível fazer mais e melhor». O apoio que tem vindo de instituições exteriores e até de outros países, como é o caso da Torre do Tombo, em Portugal, tem sido fundamental para a formação de pessoal especializado, releva a responsável angolana e adianta que «a colaboração da Torre do Tombo, com cursos de formação para técnicos tem sido muito importante, mas sentimos ainda muita carência a este nível». No decorrer da Conferência, Rosa Cruz e Silva adiantou ainda que os materiais relacionados com a temática do tráfico de escravos, a luta de libertação dos países africanos ou a história contemporânea de Angola são os mais solicitados pelos investigadores, mas que nem sempre é possível disponibilizar essas informações, uma vez que muita da documentação se encontra dispersa por outros arquivos. «Era fundamental que os arquivos em Portugal, como é o caso do Arquivo Histórico Ultramarino, arquivos estrangeiros e de províncias angolanas fizessem chegar até nós essa informação» pede a especialista e reforça que só assim será possível no futuro «enriquecer o legado já existente e disponibilizar informações de grande valor histórico-cultural contribuindo para o aumento da produção historiográfica do nosso país». Divulgar o trabalho desenvolvido pelo Arquivo Nacional de Angola e apelar à cooperação entre os arquivos portugueses foi o objectivo da Directora Angolana com a intervenção no II Ciclo de Conferências Ciência nos Trópicos, do Instituto de Investigação Científica e Tropical. "
O Arquivo Nacional de Angola possui um importante acervo documental datado entre os séculos XVIII e XX, período de vigência da Administração Colonial Portuguesa. Em início de criação, o arquivo pretende oferecer condições para o estudo da História de Angola. Objectivos que Rosa Cruz e Silva, Directora do Arquivo de Angola, expôs em Lisboa, em conferência realizada no Arquivo Histórico Ultramarino, do Instituto de Investigação Cientifica e Tropical. Na conferência intitulada «Arquivo Histórico de Angola versus a investigação histórica», a responsável angolana citou os trabalhos levados a cabo no arquivo de Angola, referindo que «o trabalho tem consistido essencialmente na recolha, tratamento e divulgação de documentos referentes ao processo de colonização». Um trabalho que tem sido difícil pois a Guerra, após a Independência, «destruiu grande parte dos acervos, apesar de ainda ter sido possível recolher alguns nas províncias pelo país», refere a investigadora. Rosa Cruz e Silva adianta que foi possível recuperar muito do acervo histórico, graças à consciência de alguns cidadãos, dizendo mesmo que «houve um funcionário da Conservatória que no período crítico da Guerra, levou para casa os livros de registos e que depois os devolveu intactos e, por isso, hoje fazem parte do acervo do Arquivo Nacional de Angola». Actualmente, o Arquivo Nacional de Angola tem um acervo constituído por 13 mil códices manuscritos, referentes aos séculos XVIII, XIX e XX, e por 5 mil caixas de documentos relativos aos séculos XIX e XX. Existem ainda documentos visuais como fotografias, mapas cartográficos e microfilmes que a especialista refere estar uma grande quantidade em elevado estado de degradação devido à falta de condições de preservação. O sistema informático disponível no Arquivo já permitiu, contudo, digitalizar 1500 postais e catalogar cerca de 25 mil títulos que após terem sido digitalizados estão agora disponíveis on-line e podem ser consultados através do título ou palavra-chave, refere a investigadora. A falta de pessoal e de apoio à formação é, neste momento, a grande preocupação de Rosa Cruz e Silva, ao afirmar que «a falta de pessoal técnico é muito preocupante, pois só com formação e pessoas disponíveis para trabalhar é que será possível fazer mais e melhor». O apoio que tem vindo de instituições exteriores e até de outros países, como é o caso da Torre do Tombo, em Portugal, tem sido fundamental para a formação de pessoal especializado, releva a responsável angolana e adianta que «a colaboração da Torre do Tombo, com cursos de formação para técnicos tem sido muito importante, mas sentimos ainda muita carência a este nível». No decorrer da Conferência, Rosa Cruz e Silva adiantou ainda que os materiais relacionados com a temática do tráfico de escravos, a luta de libertação dos países africanos ou a história contemporânea de Angola são os mais solicitados pelos investigadores, mas que nem sempre é possível disponibilizar essas informações, uma vez que muita da documentação se encontra dispersa por outros arquivos. «Era fundamental que os arquivos em Portugal, como é o caso do Arquivo Histórico Ultramarino, arquivos estrangeiros e de províncias angolanas fizessem chegar até nós essa informação» pede a especialista e reforça que só assim será possível no futuro «enriquecer o legado já existente e disponibilizar informações de grande valor histórico-cultural contribuindo para o aumento da produção historiográfica do nosso país». Divulgar o trabalho desenvolvido pelo Arquivo Nacional de Angola e apelar à cooperação entre os arquivos portugueses foi o objectivo da Directora Angolana com a intervenção no II Ciclo de Conferências Ciência nos Trópicos, do Instituto de Investigação Científica e Tropical. "
2 comentários:
concordo plenamente com as palavras da Srª Rosa Cruz e Silva, actual ministra da cultura de Angola. uma vez que frequento o arquivo procurando dados ou registos que me permitam a conclusão da tese de licenciatura, muitas são as dificuldades encontrada neste arquivo devido a falta de meios. por isso tambem faço um apelo as entidades competentes que participem no trabalho de conservação e manutenção dos arquivos de Angola.
É de louvar o esforço empreenddido pelo pelouro da Dra Rosa Cruz e Silva. Há necessidade de facto de dar nova roupagem ao Arquivo Nacional de Angola, desde a formação de quadros, aperfeiçoamento dos já existentes, criação de novas infraestruturas com o conceito de modernismo bem patente, enfim...
Necessita-se também de maior abrangência no que toca a documentação arquivada, me refiro todos os organismos e entidades. FORÇA ARQUIVO. Que todas as instituições participaem e enviem o seu pessoal para formação no ANA...é bastante proveitosa.
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