segunda-feira, março 12, 2007

“Ler mais e melhor”

"O Plano Nacional de Leitura tem cinco novos parceiros. Todas as escolas de Espinho, Maia, Matosinhos, Póvoa de Varzim e Vila do Conde vão poder adquirir livros e promover actividades conjuntas de leitura. A ministra de Educação anunciou que os coordenadores poderão dedicar-se às bibliotecas a tempo inteiro em 2008. Ana Sofia RosadoOs municípios de Espinho, Maia, Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim são os mais recentes parceiros do Plano Nacional de Leitura (PNL). Os protocolos foram assinados ontem na presença da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, no Pavilhão Multimeios, em Espinho, no âmbito do seminário «As Bibliotecas e a Leitura no século XXI», que encerrou a Semana Nacional da Leitura. A ministra da Educação anunciou o compromisso para 2008 de oferecer aos coordenadores das bibliotecas, designados professores bibliotecários, a possibilidade de se dedicarem exclusivamente às bibliotecas escolares. “Já a partir do próximo ano lectivo, os coordenadores terão condições para exercer a sua actividade a tempo inteiro, sem a dispersão entre as actividades de dar aulas e as actividades da biblioteca”, adiantou Maria de Lurdes Rodrigues, sublinhando a importância desta alteração para “as bibliotecas de grande dimensão em escolas com muitos alunos”.A ministra defendeu que todos os países precisam do estímulo à leitura, mas Portugal por maioria de razão: “É necessário desenvolver as competências de leitura por si, porque elas são sempre passíveis de ser mais desenvolvidas, mesmo um grande e bom leitor ou aluno precisa sempre de ler muito e melhor para aceder a outros recursos. O PNL é muito importante porque, para muitos alunos, a biblioteca escolar é o único acesso que têm a livros e recursos informacionais”. Trata-se, para a ministra, de igualar as oportunidades dos alunos. Este aspecto ganha maior significado pelo facto do PNL se destinar a todas as escolas do município, com excepção das secundárias, independentemente de terem ou não uma biblioteca escolar, como destacou ao JANEIRO Suzana de Sousa e Silva, chefe de Divisão das Bibliotecas e dos Arquivos Municipais da Maia. “A aquisição de novos livros no âmbito deste protocolo poderá ser o embrião de uma futura biblioteca escolar nos estabelecimentos que ainda não integram a Rede de Bibliotecas Escolares”, esclareceu a responsável. Em representação da Maia, Suzana Silva assinou o protocolo de cinco anos que responsabiliza a 50 por cento o PNL e a outro tanto o concelho por assegurar vários programas de apoio à leitura. A verba atribuída a cada município depende do número de escolas, podendo variar de 1500 euros por ano a cada escola a 2500 euros anuais. À Maia coube uma média anual de 30 900 euros, sendo igual montante atribuído pelo PNL. Cabe a cada escola fazer a proposta à autarquia que, por sua vez, adquire os livros destinados. Maria de Lourdes Rodrigues vê nestas parcerias “a possibilidade de envolver outros agentes que não exclusivamente o ministério neste grande desafio que é criar condições para que as nossas crianças leiam mais e leiam bem”.Leitura gera mudançaO PNL está “praticamente ultimado com 200 municípios”, adiantou Isabel Alçada, avançando os concelhos do Distrito de Coimbra e da Região Centro como próximos destinos. A comissária confirmou o êxito do PNL “que depende sobretudo de quem se mobilizou de facto nas bibliotecas, ou seja bibliotecários, animadores e professores”. Dando o exemplo do escritor António Mota, presente na sessão, “que já foi convidado por 99 escolas no âmbito deste programa”, Isabel Alçada lembrou que o trabalho tem vindo a ser realizado em contacto próximo com as escolas bibliotecas, diariamente e com frequência pela internet. A comissária adiantou que “as expectativas do PNL, que teve início em Setembro de 2006, foram largamente ultrapassadas”, classificando o trabalho desenvolvido de “muito animador e estimulante”. Considerando o papel das autarquias fundamental, Isabel Alçada defendeu que “a leitura muda a vida das pessoas e desenvolve o seu mundo cognitivo”. “É um instrumento de cidadania, essencial no desenvolvimento profissional de cidadãos de pleno direito”, declarou. Os protocolos, disse, vão garantir que “o apoio na animação da leitura e os livros, recursos essenciais, surjam em maior número e diversidade, incentivando a uma leitura autónoma e com prazer”.Para José Mota, este protocolo reveste-se de grande importância para as populações do município de Espinho. O presidente da Câmara Municipal de Espinho lembrou que os objectivos do PNL são os mesmos que defende desde o início do seu mandato, considerando que “o tempo de leitura não é gasto, mas ganho”. A sessão contou, ainda, com as presenças de Graça Guedes, presidente da Assembleia Municipal de Espinho, Teresa Calçada, da Rede de Bibliotecas Escolares e Custódio Ramos, representante do Governo Civil de Aveiro. Os protocolos foram também assinados por Correia Pinto (Matosinhos), Luís Diamantino (Póvoa de Varzim) e Elisa Ferraz (Vila do Conde). "

Fonte: O primeiro de janeiro

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