segunda-feira, março 05, 2007

Um museu do filme muito vivo

"O cinema na Suíça? A sua história – feita de filmes, mas não exclusivamente – elegeu sede nos locais da Cinemateca de Lausanne, única do país.
Quilômetros e quilômetros de prateleiras para conservar bobinas e uma corrida contra o relógio ou contra o tempo para salvar fitas em decomposição. E um paradoxal desejo de divulgação.



Pilhas de bobinas, filmes a consultar, restaurar, arquivar. (swissinfo)

Um monte de papel e de bobinas que atravancam a passagem, manifestos dependurados na parede, projetores de todas as épocas reunidos numa sala, a foto de Conan, o Bárbaro ao lado das que foram tiradas de uma Paixão dos anos 30, um fantoche da Pantera Cor de Rosa sobressai em uma das prateleiras.

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Conservar e mostrar: um paradoxo

Em Panthaz, o público só pode entrar em grupo ou depois de marcar encontro. Mas para quem se interessa por tudo quanto gira em torno do cinema, é uma ocasião imperdível.Mais acessíveis são as iniciativas realizadas em Lausanne, no Casino de Montbenon. Temos em cartaz três projeções diárias. Além disso, a biblioteca e um arquivo de dossiês com o material de promoção dos filmes ficam à disposição de quem queira consultá-los. Inacessível é apenas o catálogo dos filmes conservados, característica comum a quase todas as cinematecas. "É preciso ter em mente que as cinematecas surgiram na ilegalidade", explica Hervé Dumont. "Por uma questão de diretos, os produtores recusavam depositar os filmes, preferindo destruí-los. De resto, nem o Museu do Louvre publica o catálogo de todas as obras que tem em depósito".

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Quiça o futuro simplificará o trabalho das cinematecas, mas não se pode cruzar os braços. Em Lausanne sabem muito bem. Os filmes são preservados porque são testemunho importante de uma época, de seus conflitos, de seus hábitos, de sua moda, de suas paixões. "No fundo – conclui Hervé Dumont – uma sociedade sem cinema é como uma casa sem espelhos".
Doris Lucini, swissinfo, Lausanne

Fonte e notícia completa: Swissinfo

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